domingo, 26 de abril de 2015

UMA HISTÓRIA PARA EDUCAR


O MINUTO


          Nos meus tempos de menino, naquela idade em que balas e bombons povoam nossos sonhos , eu  levava longos minutos a me decidir pelas balas que queria comprar.
          E, uma vez compradas, mais ainda custava a resolver  se as devia chupar logo ou guardá-las para mais tarde.
          Ora, um dia, vovô, que frequentemente  me acompanhava nessas romagens pelo mundo  das confeitarias, tirou o relógio do bolso e me disse com expressão firme, porém sem nenhuma rispidez ou severidade:
          - Vamos combinar uma coisa. Daqui para adiante , quando você  vier comprar bala, vai ter de tomar a sua decisão antes que este ponteiro  grande, que marca  os minutos, saindo de uma marca, chegue à seguinte. Estamos combinados?
          Antes que eu concordasse, com muita paciência ele explicou-me que a vida não é, afinal de contas,  senão uma série contínua de escolhas. E explicou:
          - É preciso tomar decisões prontas, mas, veja bem, sempre no firme entendimento  de que não vamos depois  nos arrepender, caso a decisão redunde em mal para nós.
          De começo, aqueles primeiros 59 segundos do minuto corriam antes que eu pudesse, ao menos, respirar  fundo e tomar a minha decisão.
          O jogo durou alguns anos. Depois de certo tempo o meu processo mental  já era tão rápido  que eu passei a tomar decisões  acertadas  com progressiva facilidade.
          De valor não menor  para mim  foi a energia que adquiri - em cada caso - ao ter consciência de que , depois  de lançado  o dado, nunca poderá haver arrependimento.

( E, para o resto da vida - Wallace Leal V. Rodrigues)

OBSERVAÇÃO - Estudos mostram que os melhores escritores do mundo, os pais cantavam cantiga de ninar e contavam histórias para eles dormirem.

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